terça-feira, 17 de julho de 2012

reflexões sobre masturbação e necessidade do resgate da solidão como resistência política das mulheres novamente

Somos construídas de uma maneira onde a coisa sempre está fora, não dentro da gente. Sempre externo. Sempre no Outro e não na gente. Neste sentido a masturbação é tão radical quanto o lesbianismo. A independência real e construção de relações mais sadias, melhores escolhas e mais segurança dependem de que nossa vida sexual e afetiva com nós mesmas seja melhor que com outra pessoa, como vai ser a Outra pessoa a fonte de sua sexualidade, auto conhecimento, prazer? Isso não existe, foi criado para que existam pessoas mais subordináveis. A vida sexual com demais pessoas não passa da própria vida sexual compartilhada, mas a 1a é a nossa própria vida sexual. Recuperar a masturbação de um modo feminista e radical é resistir ativamente ao autoritarismo. O Outro é um autoritário, principalmente nas realçoes existentes e nas auto-relações existentes (relação de uma consigo mesma), não se supera as relações de poder sem superar nossa própria colonização por ele. Individualidade libertária exige que a fonte da sexualidade seja retraçada e destruido o imaginário que relaciona a sexualidade com a busca externa, destruindo a colonização do espaço auto-sexual com essas construções que o traçam como um substituto, como precariedade, com pornografia e imposições comerciais, além de seus usos pelo sistema sexual existente, por exemplo na promoção da erotização da [própria] opressão.

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