Mais uma morte no trânsito. Quantas serão precisas para que essa cultura estúpida do automóvel mude? Os assassinatos nos trânsito por essas máquinas fálicas estão até normalizadas, e a culpa é dos ciclistas? Uma estudante cheia de criatividade, ativa politicamente, com muito a desenvolver, perdemos pessoas assim pra que os carrocratas burgueses sigam fazendo merda como se fosse comum e fosse seu direito conduzir-se assim? Quando haverá responsabilização no trânsito por parte dessas máquinas de matar que são os automóveis? Quando a sociedade vai passar a rejeitar a cultura do automóvel e apoiar verdadeiramente os ciclistas?
Devo ainda algo bem escrito sobre cultura do automóvel e patriarcado. Mas por hora, exercício de desconstrução:
- Não existe "Acidente". Existe "Assassinatos" no trânsito.
- O motorista é responsável e assassino, agressor, não o ciclista é um idiota.
- Não existe "O transito está terrível", como se fosse este um evento da Natureza, um desastre ambiental que sempre estivesse existido. O Trânsito - entidade deística - não é um evento natural e as mortes de ciclistas não são mortes naturais por esta entidade descontrolada. Há sujeitos no trânsito, e que o fazem possível. (e este podia até mesmo desaparecer se houvesse recusa a termos um carro, e apoiar as grandes corporações e outras merdas envolvidas e relacionadas).
- Párem de lamentar passivamente assassinatos no transito como eventos fatais da natureza do trânsito, sintam raiva ao invés de lamentar pelo menos.
- Não é uma condição natural da bicicleta a "exposição", com as mortes-assassinatos de ciclistas como uma consequencia de seu próprio estatuto 'vulnerável'.
- As mortes de ciclistas não são causalidades inerentes à condição de vulnerabilidade ciclística. Vocês estão com isso, naturalizando a própria cultura do automóvel, inerentemente esta sim, violenta.
- Responsabilização no trânsito e a idéia destruída de que o espaço público pertence a tod*s, e não é das corporações mundiais do petróleo, vendedoras multinacionais de automóveis, corporações interessadas em produzir mais rodovias, a idéia pelo menos de que o motorista tem que aceitar que tem que dividir a rua com a multiplicidade de sujeit*s e formas de locomoção existentes e não somente a normativa-capitalista-ecofóbic
- O ciclista sofre discriminação porque é o "outro" e a diferença no trânsito, querem reagir à diversidade e instaurar a homogeneidade do automóvel, cada vez mais carros na rua e perda da autonomia social.
Politizem a hostilidade no trânsito, gerem o debate, tirem do campo da normalidade e da naturalização. Reajam e exijam compromisso com a locomoção responsável. Politizem o uso da bicicleta, usem a bicicleta como forma de resistência, ocupem a rua, sejam solidári*s com outr*s ciclistas, sejamos visíveis, presentes, eduquemos a sociedade, compartilhemos sobre segurança no trânsito, vamos arriba!
mais sobre isso da supremacia falocrática masculina do automóvel há um post Julie somos todas ou Nossa barricada de duas rodas.
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